A vida de comunidade é fundamental na vida religiosa e tem origem na comunhão de vida de Deus UNO e TRINO, tendo como modelo a comunidade dos primeiros cristãos os quais “eram um só coração e uma só alma”.

Francisco Antônio Marcucci nos exorta para que sejamos desejosas de realizar esta suprema oração de Jesus ‘que todos sejam um, como TU, ó PAI, es em MIM e eu em TI’. Esta proposta deve ser renovada cotidianamente na mesa Eucarística “sacramento do amor, sinal de unidade e vínculo de caridade”, na escuta da Palavra de Deus, na participação da Liturgia e no empenho de viver as virtudes de Maria Santíssima.

A Pia Operária ciente de que tudo provêm de Deus coloca-se a serviço da comunidade procurando fundir a própria vida com a das co-irmãs, auxiliam se na oração e, no bom exemplo, cada Pia Operária constrói a comunidade em comunhão uma com as outras. E para melhor andamento da comunidade respeitam as precedências, e se submetem a obediência da superiora representante da Madre Geral.

O diálogo e a correção fraterna são também meios que nos ajudam a viver a vida comum num clima familiar, como na família de Nazaré.

A coordenadora da comunidade, neste processo, exerce o seu papel com humildade e simplicidade evangélica, vivendo este serviço na escuta e no diálogo aberto e confiante para que comunhão aconteça num clima de fraternidade, segundo o projeto de Deus.

Sabendo que a vocação cristã é por natureza apostólica, a Pia Operária da Imaculada Conceição, com a profissão dos “conselhos evangélicos ” está consagrada a Deus por um título especial ao serviço de Deus e da Igreja e é chamada a continuar no mundo a missão de Cristo e de Maria. Como educadoras, se empenham em serem fervorosas e exemplares no serviço de Deus e de Maria Imaculada, ajudando caridosamente ao próximo numa vida escondida com Cristo em Deus.

A missão da Pia Operária brota de um coração que se deixa tocar pela graça de Deus. É através da oração pessoal e comunitária, que as irmãs animam e desenvolvem sua missão “na intima união com Cristo”.

A nossa atividade é de natureza apostólica e caritativa; cada irmã trabalha em união com as outras cientes que realizam este projeto em nome da Igreja, do Instituto e da comunidade local.

Como Maria, mãe e educadora, as Pias Operárias promovem a formação de todos os membros da família e dos leigos em geral, num apostolado que corresponda às expectativas e necessidades da Igreja. Colaborando na construção do Reino de Deus tornam-se fermento na massa.

É por isso que abrindo-se com confiança e humildade a Deus, e reconhecendo a sua ação nas almas colaboram na salvação da comunidade humana.

Francisco Antônio Marcucci olhando para Maria de quem era enamoradíssimo, a qual com seu SIM mudou o rumo da História, e olhando para a mulher do seu tempo, relegada a papel insignificante e vazio, torna-se precursor da TRANSFIGURAÇÃO DA MULHER propondo-lhe Maria, mãe de Jesus, como modelo.

Aos 21 anos, Francisco já pensa como concretizar tudo isso e prospecta a fundação de uma Congregação que encarne este ideal e o difunda á todas as mulheres de todas as classes socais, através da educação, ou melhor da formação integral.

E impelido pelo Espirito Santo a tornar palpável esta inspiração, de fato no dia 8 de dezembro de 1744, nasce a congregação das Irmãs Pias Operárias da Imaculada Conceição, cujo nome já nos identifica, “lembrem sempre que a vossa vida não deve ser somente contemplativa e, muito menos, repousada e solitária, e sim há de ser ao mesmo tempo ativa e piamente operosa, em benefício de todas as pessoas, principalmente das mulheres, e sem operar distinção social. Por isso deveis habilitar-vos do melhor modo possível, no teor do vosso Instituto”.

Sendo assim, somos consagradas a Deus a serviço dos seus filhos, como Maria, trabalhando para que a nossa ação educativa seja completa.

Em 1752, o fundador Francisco Antônio Marcucci, entregou ás suas irmãs a primeira regra: Instruções Constitucionais. Esta, de genuína espiritualidade Mariana, deveria ser a via mestra para a própria santificação.

O nosso próprio nome Pias Operárias da Imaculada Conceição nos lembra que não devemos ser somente de vida contemplativa, mas utilizar parte de nosso tempo em atividades educativas e de evangelização para em tudo honrar e glorificar Maria Imaculada.

Marcucci vivia em íntimo relacionamento espiritual com Maria, a mãe de Jesus, e por este motivo todos os seu escritos são impregnados da Mãe de Deus. Sendo nossa espiritualidade Mariana, esta se expressa principalmente em procurar viver suas virtudes, imitar sua conduta tendo-A como mãe, modelo e guia.

Para tanto, o fundador nos exorta a termos um conhecimento real de quem é Maria, para ouví-La, imitá-La e assemelhar-se a Ela no seguimento de Cristo, seu Filho.

Nos exorta a sermos viva Imagem de Maria, vivendo na alegria e com espirito afável, numa obediência pronta e alegre na doação a Deus e ao próximo, “seja banida toda tristeza das Imãs Pias Operarias e afastada toda melancolia”.

Espiritualmente partilhamos também do Carisma Franciscano. As nossas Constituições de 1777 são ricas desta espiritualidade e nelas o fundador recomenda às irmãs a “serenidade e a alegria no serviço de Deus, feito com humildade, simplicidade, amor fraterno e amor às criaturas… rezem com alegria e cumpram o serviço de Deus com alegria e os demais deveres com aprazível coragem”. (Constituições Compendiosas, P. II, 37)

Nos escritos de Francisco Antônio Marcucci aparecem de forma clara e objetiva qual a sua visão sobre o Conselho da Castidade. Por ser obra do Espiríto Santo a castidade consagrada torna-se libertação do coração, disponibilidade para amar a todos e a cada um com um coração virginal, fonte de intimidade com Deus e fecundidade apostólica, anúncio concreto no tempo das realidades celestes.

Cada Pia Operária, consciente que este é Dom precioso, busca vivê-lo como Maria tendo-a como modelo e “propondo-se com todo esforço possível tornar se sua discípula”.

É na participação à Eucaristia e ao Sacramento da Reconciliação que haurimos o amor de esposas de Jesus “o Senhor”. Marcucci insiste em dizer-nos que é somente neste amor pela Eucaristia e na devoção a Maria Imaculada que teremos uma autêntica vida espiritual capaz de levar-nos a viver plenamente o Dom da castidade consagrada. É necessário manter a mente sempre ocupada com Deus e com a sua Palavra, pois “quanto mais o nosso interior for mortificado, mais modesto e composto será nosso exterior”.

Adverte as irmãs quantos as amizades por demais tenras e sensíveis. Alerta-as na mortificação dos olhos e em evitar conversas inúteis e toques que possam macular esta virtude “Os corpos são como vidros não podem serem carregados juntos para que não se quebrem”. Sendo assim as Pias Operárias conscientes de sua fragilidade humana propicias às tentações aceitam como mistério de pobreza e como disposição necessárias para serem saciadas pelo seu eterno amor. “Nada jamais poderá faltar a quem Deus não falta, e nada poderá bastar a quem Deus não basta, porque só Deus pode saciar plenamente o nosso coração”.

Portanto, as pias Operária procuram desenvolver suas potencialidades como amizade, benevolência, amabilidade, a gentileza no falar e no trato e ainda o diálogo leal e construtivo. Vigiem sobre si mesmas para criar uma maneira de amizade fraterna “isenta de ternura femininas e de apego particulares”.

Pois as Pias Operárias que vivem autenticamente a castidade consagrada irradiam as riquezas próprias do amor cristão. Tal amor delicado e forte sacrificado e alegre dispõem àquele que elas contatam no apostolado a receberem a mensagem evangélica. E realiza nas irmãs a verdadeira maternidade espiritual a exemplo de Maria Imaculada, Mãe e Virgem, educadora do Verbo Encarnado e da Igreja.

Com a profissão livre e voluntária do conselho evangélico Pobreza as Pias Operárias dão testemunho de só Deus basta, e à imitação de Maria entregam-se confiantes a sua providencia paternal, pronta a submeterem as privações e aos incômodos de uma pobreza real. “Abster-se-ão de fazer donativos , de receber presentes de emprestar ou gastar sem a devida licença”.

Conscientes de que a pobreza não se reduz a simples dependência da superiora, mas se empenham em vive-la exterior e interiormente, mantendo o coração desprendidos das coisa próprias e dos bens temporais mesmo que por vezes sejam abundantes”. Vivendo dessa forma nos tornamos livres e disponíveis para as atividades apostólicas do Instituto e da Igreja, serviço dos irmãos.

Cuidem para não se tornarem “vítimas da sedutora segurança do possuir do saber e do poder”, “da procura de apoio e da proteção de pessoas influentes, do prestígio e da estima humana”.

Tudo o que as irmãs adquirirem pelo seu trabalho até extraordinário, como também pensões, seguros e presentes que lhes forem dados pertencem a Congregação, e deve ser entregues a superiora.

O Fundador nos convida a sermos responsáveis por tudo o que está ao nosso uso, ser diligente no serviço apostólico, colocar a disposição do Instituto os nossos talentos, a vida, o tempo, ou seja, Ele insiste no total desprendimento de si na doação de si mesma.

Nossa pobreza se manifesta também na organização do espaço físico, em querer somente o essencial, o necessário segundo o lugar onde vivemos e trabalhamos.

O nosso testemunho de pobreza será ainda mais forte na pratica quando “por amor de Jesus e de Maria, as pessoas pobres e necessitadas, sejam ajudas e acolhidas com caridade”. Tendo sempre em vista que não temos aqui morada fixa mas estamos a caminho da casa do Pai.

As Pias Operárias pela profissão da obediência oferecem a Deus a completa doação da própria vontade como sacrifício de si mesma unido-se de um modo mais seguro e duradouro a sua vontade Salvífica. “procurando viver a obediência do Filho que traduziu o amor infinito ao Pai na forma de obediência total como o único programa de vida, tendo como modelo Maria que com o seu “FIAT” tornou-se causa de Salvação para si mesma e para todo gênero humano “.

O Fundador nos convida a “tomar a peito com santo empenho o espírito da Obediência exata e pronta, e com diligencia procurar que este seja  o sinal distintivo da comunidade”.

Numa atitude de fé obedecemos a Superiora geral, e suas representantes em cada comunidade; sabendo que a obediência não anula em nós o ato de responsabilidade em querer e fazer o que Deus quer. Procurando junto com a superiora a Vontade de Deus  como resposta de amor.

Num clima de diálogo fraterno que prepara e integra o exercício da autoridade/ obediência  de total responsabilidade e cooperação aplicando toda a nossa energia em um ato de obediência.

Sabendo que a obediência não consiste só em executar ordens, mas é uma disposição  fundamental do coração à fazer a Vontade de Deus.

O Fundador nos pede que  segundo o nosso Carisma colaboremos com os bispos nos trabalhos para o bem do povo de Deus. Lembremos que a fidelidade do Fundador ao sumo Pontífice é um bem de família que deve ser vivido  e transmitido intacto.